Neste domingo, dia seis, o piloto brasileiro Lucas Foresti (Carlin Team) participou pela primeira vez na sua carreira do F-3 Masters of Zandvoort. A prova, espécie de Campeonato Mundial da F-3, é tradicionalmente realizada nesta pista da Holanda e tem como uma das principais características reunir pilotos de todo o mundo e equipes da F-3 Européia, Britânica, Italiana e até mesmo alguns times da Ásia.
Convidado pela organização do evento e pela equipe Carlin, time que Foresti representa no campeonato britânico, o piloto foi para a prova disposto a realizar um grande trabalho e, principalmente, trabalhar os ajustes de seu carro visando não só esta prova específica, mas, acima de tudo, a continuação do Campeonato Britânico de F-3.
Toda a programação da competição aconteceu apenas no sábado (05) e no domingo (06) dificultando assim o trabalho de reconhecimento do circuito por parte dos pilotos e ajustes, por parte das equipes. “Nunca andei neste traçado. A pista é muito técnica e o máximo que consegui de conhecimento foi no simulador. Teremos apenas um treino livre e duas sessões de tomada de tempo para deixar o carro pronto para a prova”, explicou Lucas ainda no final da tarde de sexta-feira.
Dedicado como tem sido ao longo de toda a temporada Foresti sentou no cockpit de seu carro e partiu disposto a realizar um grande trabalho. Mas, devido ao pouco tempo de treinos e, principalmente, aos pneus da marca Kumho, diferentes dos utilizados no campeonato britânico (Cooper) Lucas sentiu certa dificuldade de adaptação. Após as três oportunidades de pista aberta o piloto brasileiro conseguiu melhorar seu carro aos poucos, mas, conseguiu apenas a 19ª posição no grid de largada.
No domingo, porém, a história mudou completamente. O dia amanheceu chuvoso e, todo o acerto do carro para pista seca, naquele momento, havia sido perdido. Poucos momentos antes da largada, porém, a chuva diminuiu bastante e, com uma fina garoa, os carros foram para o grid. Lucas, para sentir realmente a condição da pista, optou por ir para o grid de pneus slick. A pista permanecia completamente molhada e, neste momento, uma fina garoa ainda caia sobre todo o circuito. Ao chegar ao grid o brasileiro conversou muito com Roberto Pupo Moreno, seu “coach” e com seu engenheiro afim de fazer a opção do tipo de pneus com que sairia para a corrida. Assim como Lucas todos no grid deviam estar com o mesmo dilema, mas, Foresti lembrou-se do início de sua carreira, ainda no motocross e resolveu permanecer com os pneus slick, mesmo com a pista molhada.
A prova, prevista para ter uma hora de duração, teve sua largada autorizada com “safety-car” em virtude das condições do traçado. Alguns carros partiram com pneus de chuva e, a minoria, apostou nos slicks. Lucas partiu com bastante cuidado e logo após a saída do carro de segurança começou sua recuperação. Em uma pista que parecia ensaboada o brasileiro mostrou extrema técnica e arrojo para manter-se na pista e, acima de tudo, imprimindo um ritmo quase igual ao dos carros equipados com pneus de chuva. Aos poucos o brasileiro foi ganhando posição e a garoa, ora ficava mais branda ora se tornava em chuva fraca. “Era impossível manter um ritmo normal de corrida. A cada volta a condição da pista mudava e, dependendo da hora, de uma curva para outra a intensidade da chuva mudava. Foi realmente muito difícil permanecer na pista e, mais ainda, andar rápido”, explicou.
Com adversários muito experientes na pista, com passagens por categorias como a GP3 Series, F-BMW, World Series dentre outras Foresti mostrou arrojo e determinação e foi escalando o pelotão. Com ultrapassagens marcantes ele ganhou várias posições até que, na última volta, superou Rio Haryanto, piloto da Manor vencedor da última corrida da GP3, e com isso encerrou a corrida na sétima posição. Valterri Bottas, da equipe ART, venceu a prova.
“Estou muito feliz mesmo pelo meu trabalho nesta corrida. Foi uma prova muito difícil onde precisei fazer uma escolha importante que poderia ter mudado toda a história da corrida. Consegui ser rápido, constante e, acima de tudo, não errei. Agradeço ao trabalho do meu time que, mais uma vez, me deu um carro muito bom e que me permitiu realizar uma excelente corrida”, finalizou o brasileiro de 18 anos.