Em 2021, mais exatamente em outubro, o Campeonato Mundial FIA
Karting será sediado pela primeira vez no Brasil, no Kartódromo Speed Park. Na
segunda vinda do mais importante campeonato de kart do mundo à América do Sul –
a primeira foi em 1994, na Argentina –, as expectativas giram em torno da participação
de 160 pilotos divididos nas categorias OK Junior e OK, que utilizarão os pneus
da brasileira MGtires.
O Mundial terá como organizador local o próprio Speed Park,
na figura do Speed Motor Clube, e a RGMMC como organizador global. O kartódromo
sede é considerado o mais moderno, completo e seguro da América Latina e sua
estrutura é completamente capaz de receber um evento dessa dimensão.
“Nós estamos trabalhando para realizar um campeonato de altíssimo
nível, com o objetivo de fomentar o kartismo nacional e mostrar o potencial do
Brasil para o mundo. Contamos com o apoio de fortes parceiros, como a Octagon,
atuando na organização estrutural e de entretenimento do evento”, diz
Ricardo Gracia, diretor do Speed Park.
O kartódromo também recebeu este ano a visita do inspetor
técnico das Comissões de Circuitos e de Segurança de Kart da CIK/FIA, Willibald
Zöttl, para vistoriar o local. Em julho ele visita novamente o kartódromo. A
pedido da FIA, melhorias já estão sendo feitas na pista, como ajustes nas
barreiras de pneus, muros de contenção e também no asfalto, medidas que visam elevar
ainda mais a qualidade da pista.
Além da estrutura física, também é preciso pensar em toda a
questão de logística. O Speed Park tem um time de parceiros trabalhando nessa
operação desde janeiro de 2021. O plano logístico internacional terá início em
setembro, com a saída de todo o equipamento das equipes de Milão, na Itália, e
envolverá a importação de mais de 200 chassis e mais de 350 motores vindos da
Europa no que será a maior operação logística do kartismo internacional.
Todos os equipamentos serão entregues no depósito da equipe
de logística Speed Park, em Milão na Itália, até 14 de setembro. Dentre os
equipamentos estão chassis, peças de reposição e motores. A mercadoria será
entregue no armazém de Milão, embalada em plástico para proteção extra e cada
volume será pesado para evitar restrições de peso. Não haverá nenhum custo para
os pilotos e equipes enviarem o equipamento.
Existe uma equipe por trás de toda a hospitalidade,
inclusive trabalhando próximo aos hotéis em Birigui e Araçatuba. Haverá ainda pontos
de acolhimento nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos para recepção dos
competidores e todos que vierem prestigiar o evento.
Em relação à pandemia da Covid-19, os protocolos de
segurança previstos no Plano Estadual foram reconhecidos pelo World Travel and
Tourism Council, que concedeu um selo atestando as boas práticas de governos e
empresas no que tange à higiene e segurança sanitária.
O site do Campeonato Mundial já está no ar desde o dia 30 de
maio e nele estão disponíveis todas as informações necessárias de suporte,
hospedagem, ingressos e atrações. As inscrições também já estão abertas no site da FIA Karting.
E, em meio a algumas conversas de bastidores e até mesmo um
movimento oficial de algumas equipes europeias, sinalizando que não gostariam
que o Mundial FIA Karting fosse confirmado e realizado no Brasil em outubro por conta dos altos custos, Felipe
Massa – presidente da FIA Karting – concedeu uma entrevista ao site italiano
TKART.
Qual é a situação atual em relação ao Mundial no Brasil?
Não há nada a dizer sobre o Mundial e não há mudança: o campeonato será no
Brasil. Então, no momento, está decidido que o GP do Brasil de Fórmula 1
acontecerá uma semana depois. Temos que avaliar a situação dia a dia e não há
motivo no momento para tomarmos uma decisão a não ser fazer o Mundial no Brasil
na data definida.
Como você reagiu à carta das equipes em que declararam
que não participarão do Mundial se for no Brasil?
Recebo muitas cartas das equipes, de vários tipos. Mas, no momento, isso não
muda a data e o local do Mundial de 2021. Se você pode viajar, se pode se mover
sem obstáculos e com segurança, não vejo por que não deveria competir. O mais
importante é a segurança e, para nós, esse é, sem dúvida, o objetivo principal.
E, se não houver contraindicações, seguiremos com a prova dentro do previsto.
Ajude-nos a entender como é a situação do Covid-19 no
Brasil.
O Brasil está dois ou três meses atrás da Europa. A situação já começou a
melhorar. O número de mortes já está melhorando. Os problemas com hospitais
também estão melhorando. O Brasil é atualmente o quarto ou quinto país que mais
vacina. Mas isso não é dito na Europa, sempre há notícias negativas. Estamos
avaliando a situação toda semana, todo mês, mas não haverá decisões até agosto.
Então, se realmente houver um problema que nos impeça de viajar ou por
segurança, certamente teremos que enfrentá-lo.
Portanto, não existe um plano B no momento?
Não.
No paddock existe a preocupação de que um esporte mais
“amador” como o kartismo em comparação com a Fórmula 1 possa não ser capaz de
administrar uma situação como a atual no Brasil.
As corridas da FIA não são corridas amadoras.
Bem, em comparação com a Fórmula 1...
Não, não, eles não estão em um nível amador. A nível amador foram todos os
campeonatos que decorreram neste inverno em que nem mesmo máscaras foram
utilizadas. É isso que quer dizer amador, não as corridas da FIA. Segurança é o
mais importante para a FIA em todos os campeonatos que administra: F1, Fórmula
E... Em todos os campeonatos existe um protocolo de segurança para que as
provas possam ser realizadas se ele for aplicado.
Você se preocupa muito com este Campeonato Mundial?
Eu me preocupo com todos os campeonatos mundiais. Estou em todas as corridas.
Preocupo-me com o desenvolvimento do kartismo. E não apenas na Europa.