Quem esteve no Kartódromo do Velopark no último domingo vivenciou duas situações um pouco semelhantes entre si. Na categoria Sudam, o paranaense Pietro Fantin, que dominara praticamente tudo até a disputa da Final, teve que abandonar a prova quando havia completado apenas quatro voltas. Principal destaque do Pan, Fantin deixava de conquistar um título praticamente seu.
Uma situação parecida foi vista na Cadete, porém não com tanta intensidade. Desde os primeiros treinos, o gauchinho Victor Hugo Matzenbacker, de Passo Fundo, destacou-se e na tomada de tempos ele foi o 8º, em um grupo de 33 pilotos. Na Pré-Final, partindo de 8º, ele terminou em 3º, e largou desta posição na prova que decidiu o título.
Na Final Matzenbacker fez tudo direitinho e lutou o tempo inteiro pelo título. Liderou, perdeu posições, reassumiu a ponta e estava sendo campeão até a última curva da última volta. Um pequeno descuido, porém, e ele foi superado por um piloto tão talentoso quanto ele, o paulista Yurik Carvalho, que ficou com o título.
O choro natural de um piloto que perdeu o título quase ganho se sobressaiu no Parque fechado, um choro triste, que comoveu a quem estava por perto, inclusive a mim. Aliás, não foi apenas o choro de Victor Matzenbacker que me comoveu. Vários outros pequeninos talentos, potenciais campeões naquele dia, choravam no Parque Fechado, afinal ninguém gosta de perder. E apenas um é que vence.
O que fica disso tudo é uma certeza: mesmo com um orçamento bem mais baixo que a maioria dos pilotos de ponta que no Velopark estavam – a ponto de disputar apenas algumas e não todas as principais provas do calendário brasileiro – Victor Matzenbacker mostra-se cada vez mais um piloto campeão, um piloto que pode vencer qualquer competição. Desta vez não deu, mas fica mais uma constatação, a de que à frente dele ficou apenas um piloto, o campeão Yurik Carvalho. Atrás, porém, - e isto não é demérito a ninguém, porque todos sabemos que “carreras son carreras” – ficaram outros 31 competidores, alguns até com mais potencial financeiro e com talento semelhante.
Victor Hugo, lembre-se, Ayrton Senna foi um grande ídolo, mas nem sempre ele estava certo. O segundo colocado nem sempre é o primeiro perdedor, como ele dizia. No seu caso, o segundo lugar em um grid tão qualificado é apenas a confirmação do seu talento. Parabéns por sua atuação, levante a cabeça, pois outras vitórias lhe aguardam.