publicidade
12/12/2016 10:09

Com o radiador "nas mãos", Kiko Porto conquistou o Pernambucano e o Alagoano

Fonte: Kako Marques


Foto: Rico Santa Cruz

Kiko Porto segurando o radiador com o braço


A notícia poderia ser como tantas outras postadas anteriormente, dizendo que Kiko Porto (Coco do Vale / Petromega / BF / Élder Racing / Victória Racing / D2 Motorsport) venceu mais uma vez. Não só uma vez, mas duas vezes, na 8ª e 9ª etapas do Pernambucano, uma rodada dupla que decidiu a temporada 2016. Ou ainda começar dizendo que ele garantiu o tetracampeonato em seu Estado. Ou até mesmo começar falando do bicampeonato de Alagoas, que foi disputado simultaneamente nas últimas três etapas no Kartódromo de Tamboril, em Paulista (PE), na região metropolitana do Recife.

A matéria poderia seguir dizendo que este mesmo kartódromo testemunhou outro feito desse ainda garoto: 20 vitórias consecutivas de um piloto em suas retas e curvas. Afinal, desde 2014, quando ainda corria na Cadete, Kiko Porto não sabe o que é perder nessa pista. Talvez dizer que neste ano esse piloto de apenas 13 anos quebrou outro recorde no Pernambucano: o de número de vitórias em uma mesma temporada, das 8 do ano passado para 9 este ano. O resultado só poderia ser título, bicampeonato, tetracampeonato, “multicampeonato'.

Mas um piloto não é feito apenas de números, de títulos. Claro, eles são importantes, mas um piloto é feito de coisas que vão além do combustível que está no tanque. O “combustível” de quem está dentro do capacete também é composto de vontade. Vontade de fazer o melhor, de fazer diferente, de improvisar quando necessário. Quem estava no Kartódromo de Tamboril neste sábado pôde testemunhar tudo isso na Júnior Menor, a categoria da qual Kiko Porto se despede este ano, já que em 2017 passa para a Júnior.

Ele já havia vencido a primeira prova do dia, a 8ª etapa, e já seria campeão por antecipação, independentemente do resultado da 9ª etapa, que foi disputada na sequência. O piloto do kart número 12 fez o que sabe fazer de melhor na corrida de encerramento. Largou na pole, abriu vantagem, fez a melhor volta. Mas o esporte também é feito do imponderável. Quem poderia imaginar que a oito voltas do fim um suporte de radiador quebraria? Para qualquer um seria o final da prova. Como correr com o radiador dando socos em seu braço esquerdo por oito voltas? É impossível. Sem falar na água do radiador, que foi embora com a quebra do suporte, ficando o motor sem refrigeração. Para qualquer um a primeira opção seria dizer “não dá”. Para qualquer um, a opção seria abandonar a prova.

Kiko Porto provou que não é qualquer um, que é diferenciado. Provou que é um piloto de verdade. Após a quebra do suporte do radiador ele decidiu continuar. Decidiu segurar a peça com o braço esquerdo e terminar a prova pilotando apenas com uma das mãos. Claro que sem refrigeração o motor perdeu rendimento, mas a vantagem para o segundo colocado era tão confortável que foi possível cruzar a linha de chegada em primeiro e terminar temporada de forma heroica.

“Terminei a corrida muito cansado e com muitas dores nos braços, porque eu fazia força para segurar o radiador com o braço esquerdo e guiava o kart apenas com a mão direita no volante. Foi muito difícil, mas graças a Deus consegui terminar. Agradeço minha família por esse título”, disse o Tetracampeão Pernambucano.

  • Não há comentários cadastrados até o momento!