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01/04/2008 09:40

Rennan Lobo fala da revitalização do Kartódromo de Volta Redonda

Fonte: Rennan Lobo



O ano era o de 1996, pilotava kart indoor, naquela pista que só os mais velhos conheceram, no Barra Shopping o Circuito Coca Cola, bons tempos. Naquele ano começava a explodir os indoors pela cidade.

Tinha exatos 31 anos, lá se vai muito tempo. O indoor já não era o suficiente, queria mais velocidade. Através de um amigo conheci um kart 125 cc e de lá para cá nunca mais vivi sem essa paixão.

Fui apresentado ao Russinho, que hoje é um grande amigo e foi ele juntamente com o nosso saudoso Alex e o quase sempre sumido preparador Pezão que me auxiliaram nesse difícil, porém belo começo.

Minha primeira vez em um 125 cc foi no belo traçado do kartódromo da cidade de Volta Redonda. Um calor na pista de mais de 40 graus e para treinarmos lá era necessário afixarmos lonas nas ferragens para nos protegermos, era tão romântico que você entrava com o carro na pista e estacionava dentro do box..... Ahhh bons tempos, quando revejo as fotos dá saudade daquela inocência.

Bem lá fui eu em um chassi ZF e um motor Ital, ou seja, como estava começando me venderam o que ninguém queria. O único chassi ZF que vi até hoje andando de 125 foi esse e era meu, mas na época isso pouco importava com o braço duro que tinha, desde aquela época.

Treinei e sai de lá com uma sensação indescritível, lembro até hoje do vento no peito. Alguns meses depois já disputava o torneio Coca Cola, que era tradicional na cidade. Lembro que todas as etapas tinham público e torcida para os pilotos. Os grids eram miúdos e era realizada apenas uma corrida com todas as categorias, lembro de boa parte dos colegas de pista: Eduardo Castro, Bruno Mora, Max Bretanha, Jeison Teixeira, Cacá Rabelo, dentre outros.

Anos depois em 1999 tive a oportunidade de estar a frente de um maravilhoso projeto, com apoio da Coppertone/ Calminex, Prefeitura de Volta Redonda, Clube de Kart de Volta Redonda, Aeroclube de Volta Redonda e principalmente dos preparadores e pilotos, que foi o de efetuar melhorias na pista. Em pouco mais de três meses conseguimos que fossem feitas calçadas em torno do Kartódromo, que o chão de todos os boxes fosse concretado, construímos boxes modulares com cobertura, parque fechado, parque de abastecimento, reforma dos banheiros e do bar, ou seja uma revolução que acabou fortacelendo o campeonato daquele ano com média de 82 pilotos por prova. Era uma verdadeira festa, com hotéis cheios, diversas casas alugadas gerando renda para toda a comunidade, afinal você domingo voltava para o Rio e alugava o espaço em uma garagem para deixar o seu equipamento.

Agora, quase dez anos depois a alegria se renova. Na próxima sexta-feira serão oficialmente inauguradas as obras do Kartódromo de Volta Redonda, com a presença de autoridades locais, além dos representantes das entidades oficiais do esporte motor do Rio de Janeiro e do Brasil.

Os méritos dessa conquista agora são dos dirigentes, esses mesmos que cansei de criticar, mas que ao ver o empenho e amor ao nosso esporte, não tenho como não ficar satisfeito com a atuação deles.

Muitos falam e já escutei bastante de que mudei de lado, que agora sou porta voz das entidades, que me vendi e um monte de besteiras que já estou acostumada a ouvir na "rádio box", mas não estou nem aí para o que pensam ou falam. O que eu quero saber é de botar o capacete e ir para a pista que mais adoro e na qual conquistei a minha única vitória de 125 cc em um campeonato carioca de kart que foi em 1998 e o meu lado sempre foi o de quem quer condições para correr. Logo é fácil de verificar que não mudei em absolutamente nada. Como criticar algo tão maravilhoso e grandioso como a revitalização do Kartódromo de Volta Redonda.

Parabenizo a todos os que participaram de alguma forma na realização desse grande sonho e aviso aos que torcem contra que em julho estarei na pista acelerando e sentindo aquela mesma sensação de 1996, tudo porque sou apaixonado por esse esporte.

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