Um início extremamente positivo, uma fase intermediária problemática e um final inesquecível marcaram a principal conquista na carreira de Rodrigo Elger (Rede Digos de Postos). No último final de semana, dias 22 e 23, no Autódromo Internacional de Tarumã, em Viamão (RS), o piloto paranaense sagrou-se campeão da Fórmula Júnior, categoria-escola do automobilismo brasileiro.
Elger começou a disputa de sua segunda temporada na Fórmula Júnior de forma alucinante, conquistando cinco vitórias consecutivas, duas em Guaporé na etapa de abertura, duas na 3ª rodada em Tarumã - na segunda ele não participou - e outra em Guaporé na etapa seguinte, quando também obteve um segundo lugar na prova 2. "Foi um início fantástico, que me deixou muito animado para a sequência do campeonato. Só que as próximas rodadas foram cheias de problemas e cheguei e temer pelo título que eu esperava conquistar", relembra Elger, que compete pela equipe Pole Motorsport.
Na 5ª etapa, em Brasília (DF), Rodrigo Elger marcou a pole, mas terminou em último na primeira bateria em razão de um pneu furado por uma batida de um adversário. Na segunda, depois de largar na última fila, o piloto liderava quando teve problemas com o freio e foi obrigado a abandonar. Na rodada seguinte, em Santa Cruz do Sul, mais infortúnios, quando Elger terminou em penúltimo por problemas na bomba de combustível. Uma relativa recuperação veio na bateria seguinte, quando o paranaense recebeu a bandeirada em 3º depois de novamente largar na última fila do grid.
No Velopark, na penúltima rodada, na chuva, Rodrigo Elger terminou a bateria em último depois que um adversário forçou a ultrapassagem e o fez rodar. Largando em último mais uma vez, o piloto de Maringá conseguiu recuperar-se para receber a bandeirada em 4º.
As expectativas de Rodrigo Elger (Rede Digos de Postos) para a última e decisiva etapa, em Tarumã, não eram as melhores. "Eu tinha uma desvantagem de 13 pontos para o líder, o Matheus Rouver, e estava em 3º na classificação quando chegamos em Tarumã", conta Elger. "Na primeira corrida, no sábado, eu precisava chegar na frente do Rouver para diminuir a diferença, mas ele ganhou a corrida e eu cheguei em 3º. Com isso, ele abriu mais 8 pontos de vantagem", completa.
A única chance de Rodrigo Elger seria ganhar a segunda e última bateria da temporada e esperar que Rouver não completasse 75% da prova. Assim, o sergipano não marcaria pontos. E foi exatamente isto que aconteceu, o que fez com que o paranaense conquistasse o título de uma forma inesquecível. "Na sexta-feira eu nem treinei, ficamos o dia todo tentando descobrir o problema do carro. Eu conseguia dar, em média, cinco ou seis voltas e o motor começava a falhar. Em resumo, só conseguimos achar o problema no sábado à noite, depois da classificação e da primeira corrida. Mas não desistimos e o que parecia impossível aconteceu", vibra Elger, que sagrou-se campeão após somar 293 pontos, apenas 3 a mais que Matheus Rouver.
"Eu gostaria de dedicar esse título primeiramente a Deus, porque se não fosse ele ter colocado as pessoas certas no meu caminho isso não teria acontecido. Em segundo lugar, dedico à minha mãe e a minha namorada por sempre me apoiarem. Sou muito grato ao Alemão, da Pole, e a todos seus integrantes, e ao Dragão por todo empenho e trabalho durante o ano", agradece.
Sem nada fechado para a próxima temporada, Rodrigo Elger deu início aos planos de competir na Fórmula 3 Brasil ou no Brasileiro de Turismo em 2015 e, para tanto, começou a busca por apoiadores e patrocinadores. "São duas ótimas categorias, em que a exposição dos patrocinadores na mídia é muito grande, o que oferece um retorno financeiro bastante interessante aos investidores", garante Elger.