Aos 16 anos, em sua primeira temporada no automobilismo, André Moraes Júnior, piloto de Americana (interior de São Paulo), fez história e conquistou de forma antecipada o título da categoria Light do Campeonato Paulista de Fórmula 1600, uma das categorias mais promissoras no calendário brasileiro.
Após a realização da penúltima etapa, em agosto, André Júnior chegou aos 211 pontos (192 com descarte) e não pode mais ser alcançado por Cláudio Daniel Rodrigues, que aparece na segunda colocação com 159 pontos (154 com descarte). Desta forma, o piloto da Juka Motors é o campeão da temporada 2016. O encerramento do campeonato está previsto para os dias 17 e 18 de dezembro, em Interlagos.
André Júnior tem carreira meteórica no esporte a motor. No ano passado, começou a andar de kart e seis meses depois recebeu convite da Juka Motors para correr no automobilismo. A adaptação à nova categoria foi tão rápida quanto o carro na pista.
Em curto espaço de tempo, o piloto de Americana mostrou talento e ousadia, passando a ser presença constante no alto do pódio da Fórmula 1600 - das 14 corridas do ano, pontuou em 12, com oito vitórias, um segundo lugar, dois terceiros e um sexto. Não bastasse ser o melhor da Light, André Júnior passou a andar junto no mesmo pelotão dos pilotos da Elite. O americanense, inclusive, chegou a marcar a pole-position geral numa das etapas debaixo de muita chuva. E foi segundo colocado no geral de uma outra etapa, chegando atrás do vencedor com diferença de 0s207.
'Confesso que fiquei um pouco surpreso com a conquista antecipada, pois no início da temporada imaginava que o campeonato seria definido apenas na última etapa', disse André. 'Os treinamentos constantes em busca do aprimoramento e o acerto do carro, na minha opinião, foram determinantes para o título', acrescentou.
Com o título garantido por antecipação, André Moraes Júnior agora volta as atenções para a Copa do Brasil de Fórmula 1600, que tem abertura no Autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu, no dia 18 de setembro. O campeonato terá outras quatro etapas: 16 de outubro, em local a ser definido; 27 de novembro, em Londrina, 17 e 18 de dezembro, em Interlagos.
Quando começou essa paixão por esportes a motor?
Vem desde pequeno. Tinha e ainda tenho vários jogos de corrida no videogame, carros de coleção e carros de brinquedo mesmo que eu andava e lavava como se fossem de verdade (risos). Meus presentes, quando dava, eram carrinhos da Hot Wheels e esses de coleção. A paixão pelo esporte é algo que sempre tive, mas como era muito pequeno, só ficava nos jogos e carros de brinquedo, os únicos que eu podia dirigir naquela idade, mas começou a ficar mais sério há algum tempo por saber o que era de verdade e por ter condições de bancar o esporte.
Alguém exerceu alguma influência para sua ligação com o automobilismo?
Teve muita influência do meu pai, que sempre gostou de corridas e de carros. Inclusive, os carros dele, quando era mais jovem, eram todos “mexidos”. Então, acredito que isso possa ter ajudado um pouco. E tem um amigo que é piloto e que na época andava de kart. Tudo realmente começou a tomar forma quando chamei para andar em kart indoor.
Você esperava saltar do kart para o automobilismo em apenas seis meses?
Não esperava que fosse tão rápido assim. Pensei que demoraria bem mais para que deixasse os kartódromos e fosse para os autódromos. Até que quando soube que iria treinar de F1600 fiquem sem reação porque tudo estava acontecendo muito rápido.
Esse início fulminante na F1600, culminando com o título, chega a ser surpreendente?
Sim, chega a surpreender um pouco sim. Porém, como tenho me dedicado muito ao automobilismo, treinando no próprio carro ou em casa no simulador, havia a expectativa que era questão de tempo para que eu andasse realmente bem. Tanto eu quanto meu preparador, sabíamos que só precisávamos acertar o carro e que a partir daí iríamos dar trabalho de verdade. Fiquei muito surpreso mesmo foi com a pole numa corrida, pois é algo que mostra o tamanho da minha dedicação em treinar e guiar o carro sem erros, trazendo tamanha felicidade e mais dedicação em saber que estou evoluindo cada vez mais, e da equipe que está conseguindo achar o ajuste ideal do carro.
Até onde você acredita que possa chegar?I
Acredito e espero chegar até a Stock Car. Sei que ainda tem um longo e difícil caminho até lá, pois não sou o único jovem apaixonado no automobilismo e que quer seguir isso como profissão, mas sei do meu potencial. Então, é só continuar com dedicação total que tudo toma uma forma, toma um caminho.