Neste sábado (21), no Kartódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo, o piloto paulista Yurik Carvalho (Techspeed/ Splash Bar/ Camargo Racing) disputou a prova que foi válida pela segunda etapa do Campeonato Paulista de Kart.
Treinando desde quarta-feira junto à equipe Camargo Racing, o piloto se dedicou integralmente ao ajuste dos equipamentos e vinha concentrado em conquistar a sua primeira vitória da temporada. O piloto, que venceu em 2008 o Troféu Codasur de Karting e o GP Brasil, está mais do que acostumado às competições da categoria Cadete e não via a hora de voltar ao alto do pódio.
Assim, na tarde desta sexta ele deixou seu kart completamente pronto e após três exaustivos dias de treino saiu do kartódromo com a sensação de dever cumprido.
Na manhã deste sábado (21), ao chegar ao kartódromo, a Camargo Racing já havia sorteado o motor de seu kart junto à organização e montado o equipamento para que ele participasse do treino de aquecimento. Muito rápido, ele esteve sempre entre os cinco primeiros nesta sessão de 15 minutos e partiu confiante para a tomada de tempos.
Após liderar por nove minutos a tomada de tempos parecia certo que Yurik sairia da pista com a primeira pole-position do ano, mas, no minuto final da sessão, o piloto acabou sendo superado por Vitor Batista e Zaya Fontana, companheiros de equipe pela ONS.
Sem desanimar o representante da Techspeed/ Splash Bar/ Camargo Racing partiu para a corrida e logo na largada já se impôs mantendo sua posição no pelotão. Daí por diante as disputas foram muito acirradas, porém, extremamente limpas e sem prejuízo para nenhum competidor. Yurik caiu para a quinta posição e, com determinação, voltou a ultrapassar seus adversários até chegar ao segundo posto, atrás de Gabriel Sereia. Os dois começaram a abrir vantagem do restante do pelotão quando, então, Yurik foi surpreendido por uma bandeira de advertência apresentada no posto de direção de prova. Preocupado com a situação, Evandro Camargo, chefe da equipe, sinalizou para que o garoto tentasse a ultrapassagem e assumisse de vez a liderança. Assim, em um descuido de seu concorrente, Yurik assumiu a ponta. Faltando duas voltas para o final, Vitor Batista e João Manuel, que vinham literalmente colados na terceira e quarta posições, chegaram à disputa pela liderança e, assim, os quatro pilotos cruzaram a linha de chegada praticamente lado a lado. João venceu, com Sereia em segundo, Yurik em terceiro e Vitor Batista, em quarto.
Porém, no Parque Fechado, os comissários desportivos da Federação de Automobilismo de São Paulo – FASP, resolveram desclassificar Yurik por atitude anti-desportiva. Indignado com a situação Marcelo Carvalho, pai do garoto, reclamou diante de todos na área da pesagem e expressou seu descontentamento com a decisão.
“Quando eu vinha das arquibancadas, de onde eu acompanhei a corrida, vi um dos comissários puxando o Yurik e avisando que ele teria sido desclassificado por ter empurrado o kart do Sereia. Nesta hora, imediatamente o Vitor Batista disse a este senhor que teriam de desclassificar todos os pilotos, pois todos se empurraram na pista. Coisa normal da Cadete, que gera um grande vácuo quando se está atrás. Ate aí tudo normal. Só que após ser questionado pelos pilotos e pelo Evandro Camargo (Chefe de equipe do Yurik), eles mudaram a versão dizendo que meu filho havia sido desclassificado por ter batido no Kart de João Manuel. Nesta hora ficou claro para mim que ele já estava marcado para a punição. Logo após este momento eu estava na cerca do Parque Fechado e, ao ver o Yurik chorando por ter sido desclassificado injustamente, entrei no parque fechado e disse se era justo o que eles estavam fazendo com aquele piloto, com aquela criança de apenas 10 anos. Como ficaria sua infantil cabeça para processar tamanha falta de critério? Neste hora um dos comissários me deixou ainda mais enfurecido ao se dirigir a mim dizendo com um sorriso sarcástico: ‘Quietinho aí... Vai e sai andando’, gesticulando com a mão para eu me retirar daquele local. Aí eu realmente não me contive e me exaltei com todos eles. Nossa equipe entrou com recurso e ate então a alegação foi a batida no kart de João Manuel. Após conseguirmos uma fita com as imagens da corrida ainda alegaram que existiu uma batida em outro ponto na volta final. Corremos as imagens até este ponto e nada de batida existia. Aí, como eles não tinham mais nada para punir Yurik, alegaram que a desclassificação se daria por eu ter entrado no parque fechado e os ofendido. Eu assumo meu erro, mas, queria deixar três perguntas no ar: 1) Os comissários estão nas pistas para cumprir os regulamentos ou para inventar regras no meio da corrida? 2) É levado em consideração o emocional de um piloto ao penalizá-lo por alguma coisa que seus próprios concorrentes afirmam que ele não fez? 3) Será que este mesmo procedimento será usado nas próximas competições de São Paulo para todos os pilotos e categorias?”, finalizou indignado Marcelo Carvalho.