O Campeonato Paulista de Kart mudou para melhor em 2007. Depois de um período difícil, caracterizado por altos custos e baixo número de pilotos, o torneio mais tradicional do país renasce em 2007 rompendo um paradigma que há pelo menos 20 anos fazia parte do esporte a motor nacional: o de que correr de kart era algo extremamente caro no Brasil.
Através da reformulação do regulamento técnico da competição, da redução drástica no valor das inscrições e de investimentos em um sistema de gestão mais profissional, os organizadores do torneio conseguiram uma redução nos custos apresentados aos pilotos da ordem de 70% – e deram início a um projeto de médio prazo que prevê recuperar os enormes grids do passado em um período de dois ou três anos.
“Tivemos que ser radicais ou perderíamos o Campeonato Paulista para sempre”, ressalta Cláudio Vieira, do Interlagos Motor Clube, que há 30 anos está à frente da competição. “Começamos por reduzir os custos das inscrições, que eram uma antiga reivindicação dos pilotos, e eliminamos a necessidade de investimentos estratosféricos na preparação de motores de treino e de corrida adotando propulsores alugados de preparação original”, completou o dirigente.
O investimento mensal na manutenção de motores, que chegava a R$ 10 mil, foi reduzido a 15% desse valor com o aluguel de propulsores de preparação original tanto para corridas quanto para testes particulares. Em parceria com empresários do setor – como o ex-piloto Paulo Carcasci e a empresa mineira RBC Preparações –, os organizadores foram buscar alternativas que permitissem a expansão, para as demais categorias do Paulista, do sucesso obtido em 2006 pela Biland, promovida pelo empresário Paulo Breim. E encontraram saídas nos propulsores italianos Vortex e TM, e nos chineses Fireball.
“A Biland foi um marco no kartismo de São Paulo porque mostrou que reduzir os custos era o caminho certo para que o esporte voltasse a crescer. A categoria começou a temporada passada com um grid de apenas seis karts, e terminou com quase 50. Outro exemplo de sucesso que nos motivou a mudar foi o crescimento do Paulista Light, organizado por nossa parceira RBC, que chegou a ter 115 pilotos na terceira etapa deste ano e também se consolidou como uma alternativa de baixo custo para os pilotos”, enfatizou Cláudio.
O orçamento total para a participação de um piloto no Campeonato Paulista de Kart em 2007 dependerá do número de treinos particulares realizados ao longo do ano, mas a queda no valor base para a participação dos atletas foi bastante significativa.
Veja abaixo os custos praticados em cada uma das categorias do Campeonato Paulista de Kart 2007, que será composto por oito rodadas duplas ao longo da temporada.
Categorias com rodadas duplas (valores por corrida)
Categoria Kadet (antiga Cadete)
Motor Honda: R$ 100,00
Carburador: Incluso
Pneus: R$ 87,50
Inscrição: R$ 200,00
Total por corrida: R$ 387,50
Categoria Júnior Fireball (antiga Júnior Menor) e Sprinter (antiga Novatos)
Motor Fireball: R$ 275,00
Pneus: R$ 175,00
Inscrição: R$ 375,00
Total por corrida: R$ 825,00
Categorias Júnior ROC (antiga Júnior)
Motor Vortex: R$ 340,00
Carburador: Incluso
Pneus: R$ 175,00
Inscrição: R$ 375,00
Total por corrida: R$ 890,00
Categoria KZ1 (equivalente a Shifter, destinada aos Graduados)
Motor TM K9: R$ 600,00 (com treino na 6ª feira e warm up)
Carburador: Incluso
Pneus: 225,00
Inscrição: 375,00
Total por corrida: R$ 1.200,00
Categorias com rodadas simples (valores por rodada)
Categoria Biland (valor total dividido por 2 pilotos)
Pacote incluindo motor Biland, um jogo de pneus e taxa de inscrição: R$ 1.400,00
Valor por piloto: R$ 700,00
Categoria Endurance (valor total dividido por até 3 pilotos)
Motor Fireball: R$ 550,00
Pneus: R$ 350,00
Inscrição: R$ 750,00
Total: R$ 1.750,00
Valor por piloto: R$ 585,00