Vitória da persistência. O brasiliense Lucas Okada, de 18
anos, é o campeão da edição histórica de número 20 da Seletiva de Kart
Petrobras, um dos principais torneios de apoio ao kartismo nacional e que
distribui a maior premiação da modalidade no país desde 1999. A conquista veio
de forma emocionante, na segunda bateria da final, realizada nesta terça-feira
(23) no Kartódromo Granja Viana, em Cotia (SP).
Depois de ser vice-campeão em 2016 e 2017, Okada finalmente
pôde comemorar o título ao vencer a última corrida e somar o total de 40
pontos. O piloto não conteve as lágrimas no pódio. Ele faturou o prêmio de 100
mil reais e participará do programa de orientação, que inclui várias ações.
O vice-campeonato ficou com o estreante Enzo Prando, que
liderou o primeiro dia de disputas, na segunda-feira (22), e foi para a decisão
na ponta da tabela. A perda de posições na primeira volta deixou a briga pelo
título mais distante. Mas, com 37 pontos no total, o paulista de 19 anos
garantiu o vice, levando também o prêmio de 10 mil reais.
O gaúcho Pedro Goulart, de 17 anos, completou a disputa em
terceiro, com 33 pontos. Foi a melhor participação do piloto na final a
Seletiva (ele ficou em sétimo em 2016 e oitavo no ano passado).
Okada e Prando, que se classificaram juntos para a final, na
disputa da terceira classificatória, dentro da Copa Petrobras Sorriso Campeão,
participarão agora de uma série de atividades. Entre elas, visitarão a sede da
equipe McLaren de Fórmula 1, em Woking, na Inglaterra. Também na Europa, realizarão
treinos de Fórmula 4 e terão a experiência em um simulador de Fórmula 1. No
Brasil, os dois também farão um treino na Stock Car Light e participarão de
ações de avaliação física e psicológica, media training e palestra sobre
marketing esportivo.
Para Okada, a disputa deste ano foi uma das mais difíceis e
o piloto “tirou um peso das costas”. “Foi
minha terceira final da Seletiva de Kart Petrobras. Fui vice-campeão nas duas
últimas e cheguei aqui com esse peso, de conquistar o título agora. Eu precisava
muito disso. Não foi fácil, uma das mais difíceis. Houve muita variação,
ninguém disparou na frente, todo mundo muito igual e, por poucos pontos, eu
consegui vencer”, disse.
“As experiências que a
Seletiva proporciona são inesquecíveis. Eu já fui para a Itália em 2016, como
vice-campeão, fiz testes e esse programa de orientação é muito importante para
os jovens pilotos que estão saindo do kart”, completou o brasiliense, que
correu com o kart #4.
Estreante na Seletiva, Prando ficou satisfeito com o
desempenho, mesmo com a perda do título. “Acredito
que fiz um bom trabalho. Foi meu ano de estreia, nunca havia participado da
Seletiva e cheguei no último dia da final como líder. Na última corrida, eu
também estava na frente, com uma boa vantagem, mas não deu certo e perdi o
título. Mas com essa colocação eu vou ter uma experiência muito boa lá fora”,
destacou.
“Estou bem ansioso
para testar de F4 e Stock Light, pois a minha vida toda eu só andei de kart. E,
com certeza, o que enche os olhos de todo mundo é a premiação pra conhecer a
McLaren”, continuou o piloto do kart #2, que já faz planos para 2019. “Estou com 19 anos. Tenho mais uma
tentativa. No ano que vem venho buscar o título da Seletiva de Kart Petrobras”,
finalizou Prando.
Para Binho Carcasci, idealizador e organizador da Seletiva,
a sensação ao final era de missão cumprida, principalmente por ter dado dos
pilotos equipamentos com chances de brigar em condições de igualdade. “Ainda estamos com a adrenalina alta, mas
consigo olhar para trás e fazer uma avaliação de conseguimos atingir o objetivo
principal, que é entregar aos finalistas um equipamento que não interfira no
resultado, que eles sejam iguais do ponto de vista técnico, e acredito que
conseguimos isso”, ressaltou.
“Vimos na última
bateria do dia que os seis karts viraram muito próximos. Mas tenho certeza que
venceu aquele que melhor aproveitou as oportunidades, o mais experiente, duas
vezes batendo na trave com os vice-campeonatos, e agora ele ganhou. É uma
evolução natural', comentou Carcasci, que também lembrou que na
decisão o aspecto psicológico faz diferença.
'Temos notado nos
últimos anos de Seletiva que a diferença entre os pilotos é muito mais da cabeça,
da concentração do que outras coisas. Os 12 que estiveram aqui são talentosos.
Eles conquistaram suas vagas para estarem aqui. Já são merecedores. Então
aquele que tem a cabeça no lugar, conseguiu interpretar melhor o regulamento,
que chegou focado 100% para conquistar os pontos importantes nas eliminatórias,
é o que se sobressai, por isso a experiência vale tanto', encerrou.
Como foi o último dia
da Seletiva de Kart Petrobras 2018 – A disputa desta terça-feira começou
com um warm up para os 12 finalistas. Na sequência, aconteceu a primeira
repescagem, envolvendo os pilotos Marcos Gonçalves Filho, Gabriel Paturle e
Dante Fibra. Após oito voltas, Paturle venceu e seguiu adiante na competição.
Os demais já deram adeus à Seletiva.
Com 10 pilotos na briga, aconteceu a segunda eliminatória
com dois grupos de cinco. Na primeira delas, Enzo Prando venceu após 14 voltas,
seguido por Pedro Goulart, Guilherme Peixoto, Victor Schoma e Allan Croce. Na
segunda, vitória de Lucas Okada, seguido por Christian Fliter, Paturle, Nicolas
Fliter e Pedro Lopes. Em seguida, foi realizada a segunda repescagem,
envolvendo Lopes, Schoma, Croce, Nicolas Fliter e Paturle. Lopes venceu e
avançou para a decisão.
A final contou com duas baterias, onde os seis pilotos
correram juntos: Prando, Goulart, Peixoto, Okada, Christian Fliter e Lopes. A
primeira teve a disputa de 16 voltas e a última 18 voltas. A corrida 1 teve
vitória de Christian Fliter, com Prando em segundo e Goulart em terceiro. Os
pilotos foram para a decisão com Prando liderando a pontuação final, cinco
pontos de vantagem para Okada.
Na última corrida, Fliter largou na pole e precisava cruzar
a linha de chegada em primeiro para garantir o título. Para Okada era vencer ou
vencer e o piloto foi pra cima. Os dois travaram uma bela disputa, mas faltando
três voltas para o final, na tentativa de ultrapassar Okada, Fliter cometeu um
pequeno erro e o líder abriu distância, garantindo a vitória.
A final da 20ª edição da Seletiva de Kart Petrobras contou
com representantes de quatro regiões do Brasil, sendo quatro estados e mais o
Distrito Federal: Nordeste (Maranhão), Centro-Oeste (Brasília), Sudeste (São
Paulo e Minas Gerais) e Sul (Rio Grande do Sul).
Veja a pontuação final da 20ª edição da Seletiva de Kart
Petrobras:
1. Lucas Okada (DF) 40 pontos
2. Enzo Prando (SP) 37
3. Pedro Goulart (RS) 33
4. Christian Fliter (SP) 32
5. Pedro Lopes (SP) 31
6. Guilherme Peixoto (SP) 29
7. Nicolas Fliter (SP) 17
8. Allan Martins Croce (SP) 13
9. Victor Schoma (SP) 12
10. Gabriel Paturle (MG) 11
11. Marcos Gonçalves Filho (MA) 7
12. Dante Fibra (SP) 7