Há pouco menos de uma semana na Europa, os vencedores da 16ª edição da Seletiva de Kart Petrobras já viveram experiências que ficarão para sempre em suas memórias. Na quarta-feira (3), Pietro Rimbano, Matheus Leist e Mauro Auricchio desembarcaram em Londres, na Inglaterra, e foram direto conhecer o lendário circuito de Silverstone. No dia seguinte, visitaram a fábrica da Williams Martini Racing, em Grove, e ainda encontraram os pilotos Felipe Massa e Valtteri Bottas. No dia 5, fecharam a semana com um teste no simulador de F-1 da Bhai Tech, na Itália. E, agora, testam, hoje e amanhã (9 e 10), com a equipe Koiranen GP em Jerez de la Frontera, na Espanha, com carros da Fórmula Renault Europeia.
Binho Carcasci, organizador e promotor da Seletiva de Kart Petrobras e que acompanha os jovens kartistas na viagem à Europa, revela que a experiência tem sido muito enriquecedora e tem atingido em cheio os objetivos da nova premiação do evento este ano, que levou os campeões para viverem situações diferentes, mas que são essenciais para o futuro de suas carreiras.
"Em poucos dias, já vivemos experiências muito intensas. A visita a Silverstone foi algo à parte do programa, mas que agradou demais, principalmente porque encontramos 18 carros das principais equipes de F-3 e Fórmula Renault Europeia testando e os pilotos já puderam ver de perto o carro que irão pilotar a partir desta terça com a Koiranen", contou Carcasci.
"A visita à Williams Martini Racing também superou as expectativas. Fizemos um tour pela fábrica toda, vimos todos os carros fabricados pela escuderia na F-1, tivemos acesso a uma área mais técnica, onde é construída cada peça dos carros. Encontramos o Felipe Massa e os pilotos puderam assisti-lo no simulador e já desenvolvendo algumas novidades para 2015 e ainda encontramos o Valtteri Bottas e conseguimos conversar um pouco com ele também", continuou o promotor da Seletiva de Kart Petrobras.
Durante a visita à sede da escuderia britânica, os kartistas tiveram a companhia de Max Constanduros, assessor de imprensa da Williams Martini Racing, que contou que 650 pessoas trabalham atualmente no local, sendo 100 delas no novo departamento de engenharia avançada. As instalações da equipe estão em uma área de mais de 30 mil metros quadrados, com o total de sete prédios, todos interligados.
"Poucos pilotos têm chance de conhecer a Williams e apenas alguns têm acesso a ver as instalações e experimentar o simulador. Espero realmente ver um destes jovens pilotos da Seletiva, que vieram aqui hoje, conosco, pilotando para a Williams num futuro próximo. O apoio da Petrobras é realmente importante e a história da Williams com os pilotos brasileiros é antiga. Se eles têm talento, por que não tê-los aqui no futuro? Seria fantástico", declarou o assessor.
Simulando a realidade
Da Inglaterra, os pilotos seguiram para Padova, na Itália, onde tiveram a chance de experimentar um simulador de F-1 da empresa Bhai Tech. Para Carcasci, a experiência atingiu o objetivo de mostrar para estes jovens pilotos o quão difícil é este simulador. "Claro que o objetivo não era virar tempo e sim apresentar uma ferramenta atual e muito importante para o desenvolvimento de qualquer piloto, mas a melhor volta deles ficou bem acima do tempo real, particularmente pelo pouco tempo disponível para a experiência. Ou seja, a intenção é mostrar essa dificuldade e o quanto um piloto precisa se preparar para chegar lá", ressaltou.
Giuseppe Callea, proprietário da Bhai Tech, considerou a performance dos pilotos bastante promissora e acredita que eles aproveitaram bem a experiência, principalmente porque a adaptação ao simulador é difícil. "É sempre muito difícil à adaptação ao simulador, porque se trata de um equipamento complexo, e me surpreendeu quão rápido eles se adaptaram e isso não é fácil nem para pilotos profissionais. É claro que com mais tempo de utilização eles poderiam progredir mais, mas foi muito promissor. Estou muito feliz com isso", disse.
A empresa recebe pilotos de diversas categorias, que junto com seus engenheiros podem trabalhar no local como se estivessem na pista. Apesar de ser uma simulação, Callea destaca que em termos de procedimentos é uma ferramenta interessante e que permite que eles possam se concentrar em detalhes importantes, sem terem de gastar tempo e dinheiro com o carro na pista.
"Nós trabalhamos basicamente com equipes e pilotos de F-1 e GP2, então temos no nosso simulador todos os circuitos dos calendários destas duas categorias. Aqui nós podemos trabalhar mais com as soluções do engenheiro e com o conhecimento e aprimoramento dos pilotos aos circuitos, como preferirem", completou.
Experiência para o resto da vida
Para os jovens kartistas, todas as novidades destes poucos dias na Europa têm surpreendido. O campeão Rimbano, de 16 anos, afirma que levará a experiência para o resto da sua vida. "Tem sido muito legal. Na Williams, conhecemos toda a fábrica, vimos os carros, encontramos os pilotos e tivemos acesso até a algumas coisas que já estão fazendo para a temporada 2015. A visita a Silverstone também foi muito especial. Sempre que via uma volta na pista em vídeo ou no computador, imaginava conhecer o circuito um dia e agora consegui. Com relação ao simulador, achei que seria bem mais tranquilo, mas é bem difícil. De qualquer forma, gostei muito e a simulação é perfeita. Você sente a força do carro saindo na curva, é bem real", destacou o paulista.
O gaúcho Matheus Leist também concorda. "Vimos o Massa usando o simulador da Williams e não parecia algo tão difícil, mas é sim. Gostei bastante da experiência. Simula bem as freadas e velocidade de curva. Acho que com tempo e prática, dá pra ir melhorando", acredita.
"Eu também não achava que seria tão difícil assim, mas tem sido algo muito bom. Estou gostando bastante de toda essa experiência e agora é esperar para andar em Jerez. Nunca andei numa pista na Europa e estou bastante animado", completou Auricchio.
Durante os testes com a Koiranen, os kartistas serão acompanhados pelo heptacampeão brasileiro de kart e diretor técnico da Seletiva de Kart Petrobras, Paulo Carcasci, que atuará como coach na sessão. Vale destacar que a pista espanhola foi palco das etapas finais este ano da Fórmula Renault Alps e da Fórmula Renault Europeia, que aconteceram em datas separadas por duas semanas. Além disso, os organizadores da Seletiva também conseguiram agendar o teste em uma data oficial da Renault, ou seja, além dos dados de telemetria da equipe Koiranen, muitos outros pilotos participarão dos testes coletivos, o que torna a experiência ainda mais importante e enriquecedora para os pilotos brasileiros.
Para finalizar o programa de orientação, os kartistas ainda terão na volta ao Brasil um media training e participarão de um trabalho de preparação física e psicológica com Nuno Cobra Júnior.