Há anos não se via o Kartódromo de Interlagos, em São Paulo, tão movimentado. Estacionamento lotado e grande movimentação nos boxes eram cenas comuns nos anos de ouro do Campeonato Paulista de Kart, mas tinham virado apenas memórias de um tempo em que o grande templo do kartismo nacional sediava a principal competição do país.
Neste fim de semana, no entanto, os treinos coletivos para a segunda edição do Super Kart Brasil deram um sinal de que, ao menos no próximo dia 30 de janeiro, o passado glorioso de Interlagos pode voltar a fazer parte do presente do circuito localizado ao lado do Autódromo José Carlos Pace, na Zona Sul da cidade.
No último sábado (15), 81 pilotos de cinco categorias participaram dos treinos coletivos para a segunda edição do SKB, o que superou, em muito, as expectativas dos organizadores - um grupo formado por sete dos maiores campeões da modalidade em todos os tempos.
Estiveram na pista jovens competidores das categorias Cadete e Júnior, kartistas experientes como André Pedralli, pilotos da Senior e nomes que disputam campeonatos internacionais de automobilismo, como Leonardo Cordeiro (GP3) e Victor Guerin (F-Abarth). Novamente a Shifter foi a principal categoria em disputa, mas as novas divisões do SKB já começaram a atrair o interesse dos praticantes da modalidade.
"Já houve dias em que treinei sozinho aqui em Interlagos, como se o kartódromo fosse um espaço particular, e não público. Por isso comemoramos muito o volume de karts nos treinos coletivos do SKB. Esperávamos um número bom de participantes, mas não tão grande. Se considerarmos que muita gente ainda está de férias, acreditamos ter pelo menos 100 pilotos na segunda edição do evento, um número muito alto para um campeonato que acabou de nascer", declarou o Campeão Mundial Ruben Carrapatoso.
Além dele, Paulo Carcasci, Sérgio Jimenez, Renato Russo, Danilo Dirani, André Nicastro e Dennis Dirani, outros seis multicampeões da modalidade, respondem pela organização do evento, e são os responsáveis pela criação do formato de eventos isolados do SKB. É justamente essa forma de disputas que diferencia o torneio de tudo o que já foi feito no kartismo nacional, e é ela que tem ajudado a atrair grande interesse dos pilotos para a disputa.
"O formato de eventos isolados é positivo porque motiva os pilotos a continuar participando do campeonato, já que, a cada edição do SKB, todos podem ser campeões. Não importa como a primeira edição do evento, disputada no Velopark, terminou. Em Interlagos, todo mundo começará do zero", ressaltou Paulo Carcasci.
Segundo os organizadores, o objetivo principal do SKB é desenvolver o kartismo de elite no país, para que o Brasil continue formando pilotos capazes de conquistar títulos mundiais como o do Ruben Carrapatoso.