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26/10/2021 16:11

Bruna Tomaselli avalia sua participação na W Series e busca se manter na categoria em 2022

Fonte: WNGSports


Foto: Arquivo da piloto

Bruna Tomaselli


A brasileira Bruna Tomaselli, da Veloce Racing, encerrou sua primeira temporada na W Series no último final de semana, em Austin, no Texas. A piloto disputou as duas últimas etapas do campeonato e sofreu com um problema na tomada de tempos. Bruna encerrou o ano na 15a posição, com muito aprendizado para sua carreira.

Fazendo sua estreia na W Series após ser selecionada como a única representante sul-americana da primeira categoria formada 100% por mulheres, Bruna chegou na Europa mostrando suas credenciais logo nos testes de pré-temporada, realizado no País de Gales, em maio, quando foi a primeira colocada já na primeira sessão de treinos e se mostrou extremamente rápida nos dias seguintes. Com sua performance, a brasileira chamou a atenção da Veloce Racing, que escolheu ela e a até então atual campeã, a britânica Jamie Chadwick, para serem a dupla do time que tem Adrian Newey como proprietário.

Mesmo animada com seu desempenho na pré-temporada, Bruna sabia que não teria uma temporada fácil, pois nunca havia pilotado em nenhuma das sete pistas que compunham o calendário. Com uma programação apertada por fazer parte da programação da Fórmula 1, a W Series tinha um treino livre de 30 minutos, uma tomada de tempos e uma corrida. Mesmo com as adversidades, Bruna fez sua estreia no GP da Áustria em junho e terminou sua primeira corrida em solo europeu na 11a posição.

Acredito que um dos grandes problemas da minha temporada foi o pouco tempo que tínhamos em pista. As europeias, em sua maioria, já conheciam as pistas e eu tinha apenas um treino para fazer isso. Na maioria das vezes, eu ia para a tomada evoluindo e isso fazia com que eu tivesse posições intermediárias no grid”, disse a brasileira, que teve seu melhor desempenho na temporada já na segunda corrida do ano, também na Áustria, quando foi a 5ª colocada. “Como tivemos duas corridas na Áustria, eu fui para o segundo final de semana sabendo melhor como era a pista e o resultado veio já na tomada de tempos, quando fui quarta colocada e na corrida terminei em 5º”, completou Bruna.

Após a Áustria, Bruna disputou corridas em Silverstone, Hungaroring, Spa-Francorchamps e Zandvoort. “Na Hungria eu consegui me adaptar mais rápido à pista e consegui andar bem. Larguei na sexta posição e somei mais dois pontos no campeonato, com um 9º lugar”, disse a brasileira, que sempre esteve nas posições intermediárias do grid. “Foram muitas provas onde eram poucas as chances de ultrapassar. A posição no grid de largada contou muito e eu sempre largava em posições intermediárias”, completou.

Por questões logísticas, a W Series anunciou após o GP da Holanda que a última etapa da temporada, no México, havia sido cancelada e as duas últimas provas da temporada seriam disputadas nos Estados Unidos, no mesmo final de semana. Neste mesmo período, a categoria comunicou que apenas as oito primeiras colocadas do campeonato teriam vaga garantida para a temporada de 2022.

Eu estava animada com a corrida nos Estados Unidos. Apesar de ter corrido na USF2000, eu não conhecia a pista, mas as europeias também não. Eu sabia que isso poderia ser bom para mim. O anúncio de que as oito primeiras colocadas no grid teriam vaga garantida no próximo ano me trouxe ainda mais garra para ir bem nas duas provas, já que era a minha chance”, disse a brasileira.

Por se tratar de duas etapas no mesmo final de semana, a W Series fez uma programação que privilegiou os treinos. Com isso, a programação foi anunciada com duas sessões de treinos livres, uma tomada de tempos, onde os dois melhores tempos definiam o grid para as duas corridas, além das duas corridas. Logo na primeira sessão de treinos livres, Bruna mostrou que estava rápida, sempre entre as líderes, assim como na segunda sessão. No dia seguinte, no entanto, na tomada de tempos, um problema de comunicação fez com que a brasileira tivesse todas as suas voltas rápidas deletadas.

O regulamento diz que você não pode ficar com as quatro rodas fora da linha branca. Na curva 19, os comissários entenderam que eu estava passando e deletavam minhas voltas. A minha engenheira tentou me avisar pelo rádio, mas havia muita interferência e eu não entendia absolutamente nada. Não fazia ideia que minhas voltas estavam sendo deletadas. Quando saí do carro é que fiquei sabendo. Fui questionar na direção de prova, já que nos treinos livres eu tinha feito o mesmo traçado e não tinha recebido nenhuma penalização, sendo que outras pilotos tinham recebido. Aquela curva é um ponto onde o carro escapa milimetricamente. É questionável, mas é o regulamento e eu tenho que aceitar a decisão dos comissários. Isso fez com que eu largasse da última posição nas duas provas e foi um baque para mim”, contou Bruna, que cruzou a linha de chegada na 17a posição na primeira prova.

Já com chances muito remotas de se classificar entre as oito primeiras do campeonato, Bruna foi para a oitava e última etapa da temporada ciente de que faria uma boa corrida. Eu fiquei ‘mordida’ com o que aconteceu. Trabalhei muito para chegar bem nessa etapa e o que aconteceu na tomada me frustrou bastante. Quando fui para o grid da última corrida, pensei apenas em fazer uma boa prova e foi legal. Consegui largar bem e ser competitiva”, disse a brasileira, que cruzou a linha de chegada na 11a posição.

Após oito etapas, Bruna encerrou a temporada de 2021 da W Series na 15a posição, com 12 pontos ganhos. A britânica Jamie Chadwick, companheira de equipe da brasileira na Veloce Racing, conquistou seu segundo título na categoria. “Encerro a temporada sabendo que eu poderia estar mais à frente no campeonato. Mesmo assim, saio feliz por todo o aprendizado que tive e, com certeza, estou mais forte para os próximos desafios. Fico contente com o título da Jamie e com o título da Veloce Racing. Eu fiquei muito honrada em defender as cores da equipe nesta temporada e meu desejo é continuar no ano que vem, mesmo não tendo conseguido me classificar entre as oito primeiras. Uma segunda temporada seria fundamental para que eu possa mostrar, realmente, meu potencial”, disse Bruna, que depende de um convite para continuar na W Series em 2022. “A categoria é excelente. Nunca tive tanta visibilidade em minha carreira. A W Series é extremamente profissional e mostra que o automobilismo tem espaço para mulheres. Além do aspecto social, a W Series mostra para o mundo que uma categoria bem organizada é uma excelente plataforma para os patrocinadores. É fantástico estar aqui”, completou.

Agora, Bruna volta ao Brasil e manterá sua preparação para a temporada de 2022. “Eu quero ficar na W Series e vou me manter preparada para isso', finalizou.

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